terça-feira, 7 de julho de 2009

Arte ou não?

Discussão interessante mas que com certeza não terá fim, nem final e nem finalidade, tudo que é dito como não-arte pode se dizer que foi definido baseado em um conceito de arte previamente estabelecido, logo preconceito.

Dicionário


arte
ar.te1
sf (lat arte) 1 Conjunto de regras para dizer ou fazer com acerto alguma coisa. 2 Livro ou tratado que contêm essas regras. 3 Obra didática, que contém os princípios de alguma disciplina. 4 Execução prática de uma idéia. 5 Saber ou perícia em empregar os meios para conseguir um resultado. 6 Filos Complexo de regras e processos para a produção de um efeito estético determinado. 7 Habilidade. 8 Artifício. 9 Maneira, modo, jeito. 10 Profissão, ofício. 11 Manufatura. 12 Habilidade calculada, por vezes, inocente, mas, outras vezes, implicando dissimulação e hipocrisia; artimanha, astúcia, engano. 13 Maldade, malícia. 14 Ação ruim. 15 Travessura de criança; traquinada. 16 Sociol Objetivação social, isto é, coisa que, como os outros fenômenos culturais, é determinada, em forma e conteúdo, pela estrutura social.

16 definições e nenhuma dizendo liberdade para criar algo que afete aos sentidos e por algumas vezes gera sensações, será que este meu conceito está errado???

Um tempo atrás, Marco Evaristti, artista plástico dinamarquês, utilizou 3 mil litros de tinta para tingir de vermelho um iceberg de 900 metros quadrados, na Groenlândia.


Uma vez concluído o trabalho, Evaristti declarou: "É tão poético. Parece uma ervilha vermelha."









A cobertura jornalística do evento fez o que pôde para desacreditá-lo. Muitas matérias enfatizaram que todo o trabalho durou apenas duas horas. Mas será que esse é um critério relevante para se definir o que é arte?

Evaristti criou uma nova experiência estética. Imbuído de um refinado senso artístico (e de oportunidade), ele inseriu uma cor em um ambiente onde ela simplesmente não existia, criando assim um efeito visual novo, inédito e de tirar o fôlego.

Outra estratégia para desacreditar Evaristti na imprensa foi mencionar sua exposição anterior: uma série de liquidificadores, com peixinhos dourados nadando dentro. Visitantes poderiam, se quisessem, ligar os aparelhos e matar os peixes.


Evaristti afirmou que seu objetivo era propor um dilema ético, de vida ou morte, às pessoas, "um protesto contra o cinismo e a brutalidade do mundo em que vivemos".

Um visitante cínico e brutal, entretanto, apertou o botão e matou dois peixes. O museu foi prontamente denunciado por uma organização de proteção aos animais e, pelo resto da exposição, os liquidificadores tiveram que ficar desligados.

O caso acabou indo a julgamento, pois o museu se recusou a pagar a multa, alegando que o objetivo da arte era justamente desafiar nossos conceitos de certo ou errado.

Veterinários e até mesmo funcionários da fábrica de liquidificadores testemunharam que os peixes morreram instantaneamente. Como não houve "sofrimento prolongado", o juiz absolveu o museu da acusação de crueldade aos animais.

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