quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Não apenas escrevi mas também mandei...

Nos últimos dias venho tentando organizar uns e-mails antigos, eis que me deparo com uma antiga carta romântica que escrevi para alguém que acabei perdendo contato.

O engraçado disto é lembrar das coisas que passavam pela minha cabeça, da intensidade de um sentimento não correspondido, do momento que eu estava vivendo, meu medo e minha coragem.

Este ano de 2008 posso dizer que me apaixonei, me senti vivo...não pelo sentimento, mas por ter entrado de cabeça, ter feito diferente e não ter me submetido ao medo de ser feliz, percebi que tentei e não me arrependo.

Chega de bla bla bla...aí vai a carta e no final uma pergunta...

Nós dissemos que não sabemos se não, mas também nunca tivemos certeza que sim. Será que em algum momento deixamos vir do coração? Nós levamos a sério e ainda disfarçamos?

Houve dias que eu ficava sozinho em casa e batia aquela coisinha, que costuma incomodar às vezes, e tudo o que esperava era que alguém entrasse pela porta naquela hora, dissesse que me adora e em apenas meia hora mudasse minha vida...mas nada é tão simples.

Nas madrugadas que estive sozinho, eu queria apenas um pouco de carinho... nessas noites frias que o silêncio traz a solidão, sabe? Queria encontrar alguém que pudesse falar sobre meu sentimento e fizesse esquecer dos desenganos e apagasse de vez a dor...mas ninguém (nem eu) parou para pensar...ninguém (nem eu) parou para me ajudar...

Em alguns dias o pensamento era de te encontrar de qualquer jeito nem que fosse só pra te levar pra casa depois de um dia normal, olhar teus olhos de promessas fáceis e te beijar a boca de um jeito que te fizesse rir...

Aliás, que sorriso, que risada...a risada que eu sempre quis, a risada mais gostosa e que em algum momento me fez achar que vida pode ser maravilhosa...e tenho certeza que pode, porque ela é.

Hoje já não sei se há mais tempo porque ele escorreu pelas nossas mãos, mesmo sem a gente sentir... e sabemos que não há tempo que volte, mas não sabemos se vivemos tudo que havia para ser vivido...Será que nos permitimos? Realmente não sei...

Tudo que sei é que consegui enxergar o quanto és divina e graciosa como uma estátua majestosa, que com muito amor, por Deus foi esculturada e foi formada com ardor da alma da mais linda flor e mais ativo olor...

Não sei se meus medos foram maiores do que eu, mas tenho consciência de que tentei e ainda tento...posso não ter usado os caminhos certos, mas tentei...talvez não com atitude necessária, talvez pudesse ter arriscado um pouco mais...sei lá...

De tudo que foi dito e no pouco que foi vivido, percebi que você talvez fosse a pessoa que eu procurava, enquanto eu andava por aí tentando encontrar alguém que fizesse com que eu deixasse a tristeza e trouxesse a esperança em seu lugar...minha dádiva, mas esta paixão que foi vivida por mim apenas, infelizmente não foi além das palavras,palavras apenas, palavras pequenas, palavras momento, mas acredito que nenhuma delas foram palavras ao vento pois o sentimento cresceu mesmo sem ser alimentado.

Não sei, não sei, não sei...acho que muito do que precisava ser dito já foi dito, mas sempre usando palavras com "SE", "TALVEZ" ,verbos no pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do pretérito...quando na verdade eu queria era apenas um verbo poeticamente intransitivo...

Então pergunto...O que você faria se recebesse uma carta assim???